domingo, 14 de fevereiro de 2010

Black Eyed quê ???

"I've got a feeling" ou "I gotta felling". (I don't care.)
Eu não tenho nada contra a música... Ok, até tenho. Detesto a música que é considerada "do momento", que morre literalmente passado um ano ou dois. A música "a sério" dura décadas ou centenas de anos!!! Mai nada... Voltando ao assunto, já chateia estarmos a ser perseguidos pela música dos Black Eyed Peas...
Para onde quer que eu vá, o raio da música está em todo o lado...
É na rádio, é na televisão, é nos cafés e bares, é na rua, é na discoteca, é nas bocas do povo, é na selecção nacional(???)...
O que me chateia quase tanto quanto a música em si é que já nem posso falar de músicas com um nome parecido com a dos BEP que obtenho uma das duas seguintes reacções: "Ui, pelo nome deve ser fixe... Tem alguma coisa a ver com a dos BEP?" ou "Oh que carago... Tem alguma coisa a ver com a dos BEP?"
As músicas que esperançosamente posto aqui não são iguais à dita cuja, nem sequer são parecidas (e ainda bem), e pu-las aqui porque já estou a precisar de uma lufada de ar fresco e de boa música.
Gente, não sejam "típicos"... Não associem a música à banda ou ao nome...
Podem apanhar grandes surpresas (tanto positivas como negativas, naturalmente)....
(Especial destaque para a primeira, dos Beatles. MUITO boa. A segunda mostra o talento inegável de Bobby Mcferrin, tb igualmente boa... A terceira tb é "gira", embora não chegue perto dos gigantes que aparecem nos vídeos anteriores. Só para tentar mostrar que com o mesmo nome podem realmente aparecer resultados tão distintos.)

Enjoy





sábado, 13 de fevereiro de 2010

We're not alone, just lonely all of the time

As summer hangs on the horizon
Desire jumps the fence and hightails to the sea

A subtle tale turns into nightmares

Without the sentence structure
Nothing functions, no one has a clue

If it's me or if it's you

Was it me or was it you?
(Motion City Soundtrack)

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Noite de Hotel


É noite na triste e melancólica sala de estar do Hotel O’Neil. Apesar das notas calmas que o rádio no centro da sala teima em sussurrar, o ambiente na sala não anima nem um pouco. Pudera, são 4 e meia da manhã numa noite de quarta-feira. Todos se encontram no sossego das suas camas, nos braços dos seus amantes, despreocupados, indefesos.
Um homem entra na sala, calmamente. O barman parece surpreso, pois àquela hora o bar sempre estivera praticamente abandonado. Olha para o homem, examina-o. Janota, boa roupa, sorri familiarmente quando ouve a música. Não parece bêbedo. Àquela hora era só o que faltava, pensa.

Mas não. O homem parece perfeitamente sóbrio, ciente do que está a fazer. Não quer arranjar confusão. Não àquela hora da noite. Apesar de tudo, diz entre dentes. Diz também que não quer mais nada além de um copo de uísque.

O barman, solidário, enche-lhe o copo.

À medida que bebe, o homem vai olhando discretamente para a entrada.
-Não é já um pouco tarde para um uísque, amigo? – começa o barman, de forma simpática, tentando descortinar a história por detrás daquele homem.

O homem solta um riso baixo e triste.
-É a estas horas de silêncio que gosto de beber. Ouço-me melhor a mim próprio. Durante o dia acabamos por estar tão distraídos com toda a confusão, barulho e falta de tempo, que chegamos a deixar um pouco de lado a nossa própria humanidade, o que nos faz únicos.

Tendo dito isto, o homem pede mais um copo de uísque. Já vai no quarto copo.

-Deveras. Mas a beber assim, daqui a pouco quem vai estar a ouvir os seus pensamentos serei eu… Um homem não bebe assim para pensar. Sou barman à tempo suficiente para reconhecer isso. Mulheres? - diz o barman de forma solidária.

-O que mais? - sorri o homem ao mesmo tempo que volta a olhar para a porta do hotel.
À espera.

Porquê? Porque ela poderia ainda vir. Despedir-se. Pessoalmente. Explicar.
O homem relembra tristemente o bilhete que lera à umas horas atrás. O bilhete que ela deixara em cima da cama. Fora a única coisa que deixara para trás. A camisola que ele lhe oferecera no primeiro aniversário deles. Os quadros nos quais eles pareciam felizes. O livro que eles tinham escrito juntos. Quando ainda estavam apaixonados.

Tudo tinha desaparecido.

No bilhete, por entre letras escrevinhadas à pressa, no fim podia ler-se:
“Já não te amo mais.”
Agora, o homem esperava na sala de hotel, esperançoso. Entre copos de uísque, esperava.
Talvez ela tenha mudado de ideias. Talvez ela volte.
Talvez.
Ela não apareceu. Nem as lágrimas dele a fizeram voltar.
Ao homem apenas restou o copo de uísque que ia continuamente esvaziando, e as amargas memórias que lhe queimavam o interior.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

What does it all mean ?


Boris Yellnikoff: [to audience] What the hell does it all mean anyhow? Nothing. Zero. Zilch. Nothing comes to anything. And yet, there's no shortage of idiots to babble. Not me. I have a vision. I'm discussing you. Your friends. Your coworkers. Your newspapers. The TV. Everybody's happy to talk. Full of misinformation. Morality, science, religion, politics, sports, love, your portfolio, your children, health. Christ, if I have to eat nine servings of fruits and vegetables a day to live, I don't wanna live. I hate goddamn fruits and vegetables. And your omega 3's, and the treadmill, and the cardiogram, and the mammogram, and the pelvic sonogram, and oh my god the-the-the colonoscopy, and with it all the day still comes where they put you in a box, and its on to the next generation of idiots, who'll also tell you all about life and define for you what's appropriate. My father committed suicide because the morning newspapers depressed him. And could you blame him? With the horror, and corruption, and ignorance, and poverty, and genocide, and AIDS, and global warming, and terrorism, and-and the family value morons, and the gun morons. "The horror," Kurtz said at the end of Heart of Darkness, "the horror." Lucky Kurtz didn't have the Times delivered in the jungle. Ugh... then he'd see some horror. But what do you do? You read about some massacre in Darfur or some school bus gets blown up, and you go "Oh my God, the horror," and then you turn the page and finish your eggs from the free range chickens. Because what can you do. It's overwhelming! I tried to commit suicide myself. Obviously, it didn't work out. But why do you even want to hear about all this? Christ, you got your own problems. I'm sure your all obsessed with any number of sad little hopes and dreams. Your predictably unsatisfying love lives, your failed business ventures. "Oh, if only I'd bought that stock! If only I-if only I purchased THAT house years ago! If only I'd made a move on THAT woman." If this, if that. You know what? Gimmie a break with your could have's and should have's. Like my mother used to say, "If my grandmother had wheels, she'd be a trolley car." My mother didn't have wheels. She had varicose veins. Still, the woman gave birth to a brilliant mind. I was considered for a Nobel Prize in physics... I didn't get it. But, you know, its all politics. It's like every other phony honor. Incidentally, don't think I'm-I'm bitter because of some personal setback. By the standards of a mindless, barbaric civilization, I've been pretty lucky. I was married to a beautiful woman who had family money. For years we lived on Beekman Place. I taught at Columbia. String theory.

in Whatever Works by Woody Allen